15.4 C
Santa Comba
lunes, diciembre 11, 2023

O MURO

Na época do Império dos romanos estes decidiram proteger a sua civilização com a construção de um muro. Os «limes» dos romanos separavam o mundo da civilização romana do mundo dos bárbaros (que já estamos a saber que não eram tão bárbaros) e das suas invasões. Nascido no entorno do «vale» da ribeira do Mediterràneo, e o canal interno natural que é o estreito de Gibraltar, o espaço mediterràneo forneceu de trigo como alimento básico para esta civilização que dominou o mundo ocidental e da que em boa parte somos herdeiros.

Também várias dinastias nascidas no entorno dos vales dos rios Wei e Han, Huang He (Rio Amarelo) e Yangtsé conformaram, principalmente ao norte destes rios uma grande muralha para defender das tribos nómadas que desde a zona dos desertos e das estepes de Manchúria e Mongólia invadiam a uma grande civilização agrícola baseada no cultivo do arroz. A construção de um canal que uniu estes rios foi uma das principais causas de unir-se e conformar-se uma China continental.

Onde não existiam esses muros, a própria natureza queria impor os seus. Grandes desertos, grandes montanhas e grandes oceanos sempre foram elementos de distanciamento entre civilizações. Mas inclusive, até estas grandes paredes foram caindo ao tempo que a humanidade avançava tecnologicamente no conhecimento da navegação e em avanços nos médios de transporte.

O mundo da cristianismo rematava na fim dos oceanos, onde numa grande queda de agua rematava o mundo conhecido. Os Impérios marítimos europeus atravessaram os oceanos. O Império Persa atravessou desertos e chegou até os vales do Indo e do Ganges unindo o Médio Oriente com o Extremo Oriente. Os Maias assentaram na base do cultivo do milho. Os Incas atravessaram a selva tropical e conquistaram os Andes. Os Russos foram até a tundra. Os turcos-otomanos atravessaram o Cáucaso e os desertos da Ásia Central até chegar as mesmas portas da China.

Na era do nascimento dos EUA, estes não tiveram que construir nenhuma muralha. Nasciam coma uma ilha continental, com a inóspita e gélida Canada no norte e os oceanos Atlàntico e Pacífico a distancia-los do resto do mundo. Os vales dos rios Missouri e do Mississippi foram centrais para a construção desta nova potencia continental e o mar das Caraíbas funcionou como o seu próprio mar Mediterràneo. Juntou-se deste modo uma civilização com grande presença marítima e terrestre. A construção do canal do Panamá significou a unificação continental. Mas hoje em dia, já não são essa antiga ilha continental que eram desde o século XVIII. As fronteiras da atual potencia mundial, comprimem mais e mais, sendo mais pequenas de cada vez com o avanço das comunidades mexicanas e centro-americanas pelas ribeiras do rio Bravo e do rio Colorado.

Na história mais recente, temos o exemplo da Cortina de Ferro que partiu Europa em dois durante grande parte do século XX separando dois modelos políticos e económicos. Separou também, uma URSS que desenhou um império eurasiático, de uma Europa que na altura voltou atlàntica e unida aos EUA.

Porem, mais tardar os muros feitos pelos homens ou pela natureza, rematam a cair. O caso é que sempre há quem ache que devemos voltar a erguer esses muros e que a sua queda é algo reversível. Sempre há quem quer viver dentro da sua muralha esquecendo o que existe do outro lado.

Os muros representam os medos da humanidade, e tem que ser a humanidade quem evite estes muros. Cada um destes muros é reflexo do medo, e cada um destes medos; ao estrangeiro, ao bárbaro, ao diferente, à diversidade; foi a fim de cada uma destas civilizações. O medo rematou por dirigir o poder político interno, rematando em tremendas tiranias muitas destas civilizações, o medo destinou os recursos económicos aos lugares errados, provocando o colapso da sociedade e finalmente a inevitável queda do muro.

Pódeche interesar

DEJA UNA RESPUESTA

Por favor ingrese su comentario!
Por favor ingrese su nombre aquí
Captcha verification failed!
La puntuación de usuario de captcha falló. ¡por favor contáctenos!
spot_img

Síguenos

7,820FansMe gusta
1,661SeguidoresSeguir
1,826SeguidoresSeguir
1,190SuscriptoresSuscribirte

Últimos artigos