O que chamamos «Galiza interior» está a viver, segundo os dados amossam, uma morte lenta e, nos mais dos casos, poderíamos dizer que dolorosa. O despovoamento, a falha de tecido empresarial, o avelhentar da piràmide populacional e a incapacidade política deixará, de seguir o ritmo atual, um grande deserto vazio e inerte nesta parte do nosso país.
Comarcas inteiras do nosso interior: terras de Lemos, Valdeorras, terras de Trives, Ribeira Sacra,.. todas elas de grandes riquezas, têm sofrido ao longo do tempo o abandono político e o menosprezo das administrações públicas. Se tivéssemos representantes políticos sérios; e não «monicreques»; igual daríamos avançado no desenvolvimento económico e na sustentabilidade e viabilidade futura das mesmas.
E neste desleixo político, até os próprios representantes do povo galego; chamados assim por eles mesmos; aqueles que tinham vindo para muda-lo todo, exercem de advogados do demo, e contrariam uma infraestrutura que uniria, a jeito de quadrícula romana, o interior galego com a nossa extrema do vale do Berço e a sua capital, Ponferrada. Como sempre, Galiza não conta e a construção da autoestrada A-76, Ourense-Ponferrada, fica nalguma gaveta, dalgum escritório do ministério de fomento.
O grupo, que é subgrupo, dentro de um grupo de grupos das e dos deputados de «En Marea» segue as mesmas lógicas eleitorais que o grupo, dentro do grupo, que tinha no seu tempo o Psoe. Segue a vascular a sua eleição cara o eixo onde sabe que tem os votos; que é a fortaleça nação da Espanha; no eixo de mais de 5 milhões de votantes Madrid-Andaluzia.
O argumento usado para opor-se à A76, com um percurso de pouco mais de 125 km, vai desde o da falácia ecológica, ao que também somam o de seu escasso trànsito e uma escassa redução do tempo de viagem. Para a postura contra da infraestrutura, também está o discurso do «ladrillazo». Tijolo por cabeça é o que têm alguns.
Estamos diante de uma infraestrutura que daria uma conexão muito mais segura, no que respeita a seguridade viária, do que a través do velho traçado da estrada N-120 e que faria muito mais cómoda e segura, uma viagem a través de uma orografia difícil. Além disto, suporia uma conexão viária que não segue o modelo radial desde Madrid, imposto no sistema de conexões dos diversos territórios do Reino da Espanha. É uma infraestrutura de conexão interior entre a Galiza central e a Galiza oriental, ambas zonas em grave crise demográfica e económica.
O impacto ambiental, que existe, por exemplo, é muito menor do que o das minas da ardósia, entre outros aproveitamentos, que são motor económico na zona, que suporta todo o impacto ambiental e ecológico sobre os rios e os diversos aquíferos e a sua orografia.
Entretanto, olhamos estes dias como, unicamente 5 deputados do EAJ-PNV, vêm de conseguir uma tarifa elétrica própria, que beneficiara o seu desenvolvimento empresarial e 1.500 milhões de euros para o seu país. A ideologia das gentes do EAJ-PNV, é clara: EUSKADI (sim, com maiúsculas).