Joam Evans é unha das caras visibles do Partido da Terra.Candidato ao Senado e actualmente concelleiro en Lousame, participou nesta entrevista de Adiante Galicia.
P- Cal e motivo polo que se presentan as eleccións?
R-Com a sua participação na campanha, o Partido da Terra confrontará o bloco monolítico de políticos profissionais, estatistas, parlamentaristas e desenvolvimentistas que disputam, com aparente antagonismo, a concessão administrativa de decidir por nós durante os próximos quatro anos, enquanto confiam que continuemos chamado-lhe a «isso» democracia. Frente essa velada «candidatura de unidade» da ditadura parlamentar, o PT defenderá que «todas as pessoas somos políticas, sendo a política uma função social básica e universal» dando visibilidade a uma alternativa à política profissional centrada no autogoverno das pequenas comunidades que é um anceio que cada vez partilhamos mais pessoas. For qual for o resultado, o verdadeiramente importante e continuar a trabalhar para construir essa realidade desde abaixo e não desde Madrí.
P-Cales son as principais propostas para estas eleccións do Partido da Terra?
R-O Partido da Terra foi fundado em julho de 2011 como movimento de transição para o autogoverno assemblear em concelho aberto e para a autossuficiência comunitária. Desde o início, a suas ações foram sempre encaminhadas a provocar uma transformação radical e necessária do conceito «política», através da reivindicação da democracia direta assemblear e a construção de institucionalidades alternativas às do estado. Neste ponto, frente as retóricas banais de «democracia real» e as proclamas por um «proceso constituyente» que de forma desesperada querem dar continuidade à engrenagem estatal, queremos fazer um chamamento para iniciar um verdadeiro «processo desconstituinte» que subtraia progressivamente poder, legitimidade, autoridade e efectividade ao quadro jurídico-político-económico que sustenta a existência do estado.
P- Por onde habería que comezar a cambiar o sistema actual?
R-Por nós próprias. A principal mudança deve ser de valores, trocando os de acumulação, concorrência, consumismo, submissão e depredação polos de igualdade, ajuda mútua, autossuficiência e autogestão. Para isso, o processo desconstituinte não procura reformular ou substituir este aparato estatal por outro, mas construir de forma paralela e em seu detrimento, institucionalidades alternativas para o autogoverno assemblear comunitário e a autogestão das necessidades básicas, possibilitando o desenvolvimento de sociedades à margem do estado, contra o estado, sem estado. Projetos como a Cooperativa Integral Catalana são um bom exemplo, articulando uma multiplicidade de iniciativas tanto a nível territorial como sectorial (alimentação, auto-emprego, financiamento, tecnologia, educação, vivenda, saúde e transporte).
P-Nalgún momento valorou o voso partido formar parte da candidatura de unidade popular que se pretendía? Como víches este proceso?
R-Mesmo que as pessoas que integramos o Partido da Terra temos seguido com interesse e mesmo participado diretamente nalgumas convocatórias dos últimos meses nos que se realizavam apelos para que a cidadania assumisse o «protagonismo de forma direta», para desenvolver a «auto-organização cidadá» e reclamar o «direito a decidir tudo», por usar palavras textuais, acabou por resultar evidente a distância existente entre as retóricas da «participação cidadã» e da «democracia radical» ou «real» e uma praxe que acaba reproduzindo as dinâmicas sistémicas da política profissional dando continuidade à infantilização política das pessoas, cuja capacidade de decidir é reduzida às convocatórias eleitorais. Essa é a verdadeira «candidatura de unidade» de todas as forças que usurpam a nossa capacidade de decidir, mesmo que formalmente «concorram» por separado para manter a aparência de pluralidade, do mesmo jeito do que em qualquer concurso de adjudicação pública, no que são expertas.
P-Deixo este espazo para que transmitas o que desexes…
R-Rejeitando a visão monolítica do poder e da autoridade, e percebendo que a continuidade do sistema estatal constitucional depende, em última instância, da nossa lealdade e cumplicidade com o regime, temos o direito e dever de revoltar-nos contra uma ordem constitucional que destrói lentamente o tecido social, a terra e a própria natureza humana.
Este direito e dever de rebelião deve traduzir-se na não-cooperação social, económica e política, na desobediência civil, e no estabelecimento de novas institucionalidades à margem do estado. Na Galiza as comunidades vizinhais são um espaço natural para a configuração das fórmulas de autogoverno e autogestão comunitária. Com o fim do ciclo eleitoralista que trazem as eleições gerais de 20 de dezembro (e que na Galiza terá seus derradeiros estertores em 2016) abre-se, precisamente com o Solstício de Inverno, noite mais longa do ano e começo passeninho da volta do Sol e da luz, uma nova etapa que devemos saber aproveitar.